segunda-feira, 1 de julho de 2013

O desenvolvimento de aterosclerose na infância




A obesidade infanto-juvenil está relacionada diretamente com um maior risco de doenças cardiovasculares na fase adulta. Entre essas doenças se encontra a aterosclerose, ela pode se iniciar na infância, porém, sinais clínicos geralmente só aparecem na fase adulta.
Em um estudo realizado para avaliar o perfil lipídico de crianças e adolescentes entre 2 e 19 anos, que contou com:

“ 1.011 participantes, 532 (52,6%) eram do sexo feminino e 479 (47,4%) do sexo masculino. A distribuição dos participantes nos estratos etários foi: 2 a 5 anos: 289 (28,6%); 6 a 9 anos: 338 (33,4%); 10 a 14 anos: 293 (29%) e 15 a 19 anos: 91 (9%).” (dados retirados do artigo Perfil lipídico e sua relação com fatores de risco para a aterosclerose em crianças e adolescentes- Marina R. M. Rover1, Emil Kupek2, Rita de C. B. Delgado3 & Liliete C. Souza4)

Foi analisado também a sua relação com fatores de risco para a aterosclerose, o método utilizado para avaliar o perfil lipídico foi a análise dos níveis de CT(colesterol total), LDL-COL(Colesterol constituinte da Lipoproteína de Densidade Baixa), HDL-COL(Colesterol constituinte da Lipoproteína de Densidade Alta), TG(triglicerídeos), fração não-HDL-COL(CT menos o HDL-COL ) e relações COL/HDLCOL(Relação entre o CT e o HDL-COL) e LDL-COL/HDL-COL(Relação entre o LDL-COL e o HDL-COL). 
Entre os fatores de risco foram investigados, a obesidade, a inatividade física, e o histórico familiar de doença arterial coronariana (DAC), o baixo peso ao nascer e o curto tempo de amamentação. Foram encontradas estrias gordurosas, placas fibrosas, células espumosas e infiltrações lipídicas em células musculares lisas nas artérias coronárias dessas crianças e adolescentes. Tornando se evidente o risco de uma obesidade infantil, que segundo o estudo pode ser desencadeado logo após o nascimento com a falta da amamentação, se mostrando necessária a importante relação da amamentação, com a diminuição do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como consequências de obesidade e sedentarismo. Algumas recentes divulgações cientificas, reforçam isso apontando que entre novos fatores de risco das DCV está a prematuridade, o baixo peso ao nascer e a falta de aleitamento materno. 
No estudo foi verificado que os valores de colesterol das crianças, e como eles coincidem com a prevalência de doença coronariana nos adultos de sua região ou País, tendo assim uma relação direta. Uma criança obesa e com níveis elevados de colesterol, tendem a se tornarem adultos obesos e com um risco maior de desenvolver doenças coronarianas. Sabe-se também que as frações lipídicas da maioria das crianças se mantêm com os mesmos percentuais em relação aos lipídeos até a vida adulta, uma criança ou adolescente com colesterol alto, vai se tornar provavelmente um adulto com colesterol alto.




A tabela a seguir foi retirada do artigo, e apresenta alguns resultados :





A tabela mostra as medias e os desvios-padrão obtidos para os valores do perfil lipídico para toda a população pesquisada, de acordo com a ela 40,2% dos participantes tiveram o colesterol total aumentado e 26,9% estavam na faixa normal, já os valores de LDL-COl, o colesterol “ruim”, foi de 13,6% dos participantes tiveram aumento deste valor, enquanto 32,8% continuavam com valores normais. Aproximadamente 41% da população pesquisada tiveram valores do HDL-COL diminuído, ou seja, o colesterol “bom”.
Os resultados dos níveis de TG,foi que 12,4% tiveram valores aumentado e 11,6% estavam com valores normais. para a fração não-HDL-COL, 5,8% tiveram alteração desse valor, enquanto que, para as relações LDL-COL/HDL-COL e COL/HDLCOL, respectivamente 40% e 36% apresentaram valores acima dos valores recomendados. Concluindo grande parte dos participantes cerca de 86,6%, mostrou alguma alteração no perfil lipídico, o que é um resultado bem significante.
Também é necessário ressaltar que as crianças e adolescentes, descendentes de familiares com DAC prematura tiveram, valores significantemente mais baixos de HDLCOL em relação aqueles com histórico familiar de DAC não prematura.
A principal ideia desse estudo é de que com certeza é necessário uma mudança nos estilos de vida, das crianças e adolescentes, para que seja prevenida a obesidade e as dislipidemias que ela ocasiona, incluindo a aterosclerose, pois ele mostra que sim crianças obesas tendem a ser adultos obesos, e essas e tantas outras doenças que se iniciam durante a infância, avançam até a fase adulta, quando já reaparecem de uma forma mais crítica.


Fonte:
http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_42_03/rbac_42_v3_008.pdf

Por Luciana Costa

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